por Marcos Júnior Micheletti
Ayrton Senna da Silva morreu em 1º de maio de 1994, durante o Grande Prêmio de San Marino, em decorrência de um grave acidente que sofreu na sétima volta. As investigações apontaram para um ruptura na coluna de direção, levando sua Williams-Renault de encontro ao muro da Curva Tamburello, no Circuito Enzo e Dino Ferrari.
O piloto, natural de São Paulo, nasceu em 21 de março de 1960, e muito cedo despertou para sua maior paixão: o automobilismo.
Ao quatro anos, o pequeno Ayrton ganhou seu primeiro kart, construído por seu pai, Milton da Silva, à época dono de uma indústria de autopeças.
A primeira prova de Ayrton, não oficial, foi nas ruas de Campinas, aos 9 anos. As posições do grid foram definidas por meio de um sorteio, o número que o menino pegou foi o "1". Em sua primeira prova, largou na pole-position.
Apesar de tentar dissuadi-lo da idéia de competir (a prova contava com mais de trinta pilotos), seu Milton acabou deixando Ayrton largar para as quarenta voltas previstas.
Ele liderou até a 35ª passagem, dominando amplamente a corrida, quando foi tocado por um concorrente e acabou com o sonho da primeira vitória.
Nessa época, seu Milton levava o filho para treinar em um loteamento na Rodovia Fernão Dias (que liga São Paulo a Minas Gerais). O kart era oficial, da marca Mini.
Aos 13 anos, Ayrton começou a competir oficialmente na categoria "estreantes e novatos", participando do Torneio de Inverno, no kartódromo de Interlagos. Venceu as duas provas e foi campeão do torneio de estreia. A primeira bandeirada foi dada por seu preparador de motores, o "Tchê".
No kart, foi tetracampeão brasileiro (1978/79/80/81); bicampeão sul-americano (1977/78); sexto colocado no Mundial de 1978 e duas vezes vice-campeão mundial (1979/80).
Em 1981 começou sua carreira fora do Brasil, ficando com o título inglês da Fórmula-Ford 1600.
Em 1982 foi campeão inglês e europeu da Fórmula-Ford 2000.
Em 1983 foi campeão da Fórmula 3 Inglesa, com uma performance impressionante, vencendo as nove primeiras etapas, quebrando o recorde de Nelson Piquet, que venceu oito corridas em 1978. Os ingleses, passaram a chamar o autódromo de Silverstone de "Silvastone", em alusão ao sobrenome do brasileiro. Naquela temporada da F3 Inglesa, o grande adversário do brasileiro foi Martin Brundle. Eles travaram disputas intensas, uma delas resultando em um acidente quase fatal para Brundle, quando Senna tentou ultrapassá-lo em uma curva e seu carro subiu sobre o do britânico. Clique aqui e veja este e outros acidentes de Senna além do fatal na Tamburello.
O nome de Ayrton Senna da Silva começou a ser mencionado no padock da Fórmula 1, como um dos mais promissores.
Frank Williams foi quem lhe deu a primeira oportunidade de guiar um carro de Fórmula 1, o modelo FW08C, equipado com motor Cosworth, em 19 de julho de 1983, em Donington Park, Inglaterra. Senna tinha 23 anos.
Frank Williams foi quem lhe deu a primeira oportunidade de guiar um carro de Fórmula 1, o modelo FW08C, equipado com motor Cosworth, em 19 de julho de 1983, em Donington Park, Inglaterra. Senna tinha 23 anos.
Antes de entrar no carro, Ayrton bateu com a mão no aerofólio por duas vezes e disse: "é hoje..." O jornalista Reginaldo Leme, da Rede Globo acompanhou o teste de Ayrton.
Foram 83 voltas impressionantes. Apesar de não perfeitamente ajustado ao carro, que era de Keke Rosberg, mais alto que ele e usando pneus que não eram de classificação, na décima passagem pela torre de cronometragem virou um tempo igual ao do piloto de testes da Williams, o britânico Jonathan Palmer.
Frank Williams chegou atrasado ao circuito, mas a tempo de se espantar com a marca de Ayrton Senna: um segundo mais rápido que qualquer Fórmula 1 com motor aspirado para aquela pista.
Se não tivesse contrato firmado para o ano seguinte, com o finlandês Keke Rosberg e o francês Jacques Laffite, Frank certamente ofereceria um carro para Senna para a temporada de 1984, quando a equipe passou a utilizar os motores japoneses da Honda.
Foram 83 voltas impressionantes. Apesar de não perfeitamente ajustado ao carro, que era de Keke Rosberg, mais alto que ele e usando pneus que não eram de classificação, na décima passagem pela torre de cronometragem virou um tempo igual ao do piloto de testes da Williams, o britânico Jonathan Palmer.
Frank Williams chegou atrasado ao circuito, mas a tempo de se espantar com a marca de Ayrton Senna: um segundo mais rápido que qualquer Fórmula 1 com motor aspirado para aquela pista.
Se não tivesse contrato firmado para o ano seguinte, com o finlandês Keke Rosberg e o francês Jacques Laffite, Frank certamente ofereceria um carro para Senna para a temporada de 1984, quando a equipe passou a utilizar os motores japoneses da Honda.
Em 1983, Ayrton ainda testou a McLaren-Ford (aspirada), a Brabham-BMW (turbo) e a Toleman-Hart (turbo).
Nos testes da McLaren, em Silverstone, outros dois pilotos foram convidados: o inglês Martin Brundle e o alemão Stefan Bellof. Senna foi o mais rápido dos três.
Bernie Ecclestone, à época dono da equipe Brabham também se entusiasmou com o jovem brasileiro e chamou-o para um teste no circuito francês de Paul Ricard, junto de outros três pilotos: o colombiano Roberto Guerrero, os italianos Mauro Baldi e Pierluigi Martini. Nélson Piquet, primeiro piloto da equipe inglesa também testou e foi o mais rápido dos quatro. Mauro Baldi ficou em segundo e Senna em terceiro, apenas um décimo mais lento que o italiano, mais experiente.
Bernie Ecclestone, à época dono da equipe Brabham também se entusiasmou com o jovem brasileiro e chamou-o para um teste no circuito francês de Paul Ricard, junto de outros três pilotos: o colombiano Roberto Guerrero, os italianos Mauro Baldi e Pierluigi Martini. Nélson Piquet, primeiro piloto da equipe inglesa também testou e foi o mais rápido dos quatro. Mauro Baldi ficou em segundo e Senna em terceiro, apenas um décimo mais lento que o italiano, mais experiente.
Na ocasião especulou-se que Piquet teria vetado a contratação de Senna pela Brabham, uma vez que era o campeão mundial e primeiro piloto do time. A segunda vaga da equipe estava aberta, pois Ricardo Patrese estava de saída para a Alfa-Romeo. Mas foi a patrocinadora da Brabham, a italiana Parmalat que acabou influenciando na decisão de Ecclestone, que tinha interesses comerciais em um piloto italiano para divulgar seu nome no país. Teo Fabi acabou sendo o escolhido.
No teste realizado com a Toleman, também em Silverstone, Senna foi mais rápido que o titular da equipe, o inglês Derek Warwick, tanto com pista molhada, como com pista seca. Em sua melhor passagem, o brasileiro registrou 1min11s500, o suficiente para colocá-lo na oitava posição do grid inglês.
E foi justamente com a Toleman, que Ayrton assinou seu primeiro contrato na Fórmula 1. Seu companheiro de equipe foi o venezuelano Johnny Cecotto.
Ayrton terminou a temporada de 1984 na 10ª colocação, com destaque para o segundo lugar em Mônaco. A corrida foi interrompida um pouco antes de Senna ultrapassar o líder, o francês Alain Prost. A decisão, contestada por Ayrton, foi tomada pelo diretor da prova, o belga Jack Ickx.
Em 1985, transferiu-se para a Lotus-Renault e conseguiu vencer em duas ocasiões: em Portugal e na Bélgica. Clique aqui e veja como foi a primeira vitória de Senna na F1, no GP de Portugal de 1985.
Terminou a temporada na quarta colocação, uma posição à frente de seu companheiro, o experiente italiano Elio de Angelis.
Em 1986, também pela Lotus-Renault também obteve a quarta colocação no Mundial de Pilotos, muito melhor que seu companheiro, o escocês Johnny Dumfries, que ficou em 13º. Senna venceu duas corridas.
Em 1987 a Lotus passou a utilizar motores Honda e Senna garantiu a terceira colocação no mundial, vencendo em duas oportunidades. Satoro Nakajima, seu companheiro na equipe foi o 12º.
Em 1988 Senna pilotou pela McLaren-Honda e alcançou seu primeiro título, batendo seu companheiro Alain Prost (bicampeão de Fórmula1). O brasileiro venceu oito etapas, contra sete do francês. Clique aqui e veja como foi a primeira vitória de Senna pela McLaren.
Em 1989 foi vice-campeão, perdendo o título para Prost, após a polêmica "fechada" e batida de Prost em Senna no Grande Prêmio do Japão, penúltima corrida do Mundial.
Em 1990, Senna "deu o troco" em Prost, e logo na largada do GP do Japão, em Suzuka, manteve sua McLaren por dentro, impedindo que Prost contornasse a primeira curva. Senna foi campeão com seis vitórias.
Em 1991, ainda na McLaren-Honda, Senna sagrou-se tricampeão, com sete vitórias, incluindo sua primeira em Interlagos.
Em 1992 foi o quarto colocado, com três vitórias. O título ficou com Nigel Mansell.
Em 1992 foi o quarto colocado, com três vitórias. O título ficou com Nigel Mansell.
Em 1993, seu último ano na McLaren, foi vice-campeão, perdendo o título para Alain Prost, que corria pela Williams-Renault. Venceu cinco corridas.
Em 1994, Senna realizou o antigo desejo de pilotar para a Williams. A equipe, soberana no ano anterior, graças aos avanços tecnológicos, mais notadamente a suspensão ativa, amargou uma pré-temporada com inúmeros problemas.
O regulamento mudou, os recursos eletrônicos foram proibidos e Senna sentiu que não teria um ano fácil pela frente.
Apesar dos problemas, Senna foi pole nas três corridas que disputou naquele ano: (GP do Brasil, Pacífico e San Marino), mas não terminou nenhuma delas.
No Brasil "rodou" na subida dos boxes; no Pacífico foi tocado por seu companheiro de equipe, o finlandês Mika Haikkinen.
O final de semana de Ímola foi trágico. Na sexta-feira Rubens Barrichello, da Jordan, perdeu o controle do carro, que decolou após tocar em uma zebra e sofreu um sério acidente, que o impediu de competir no domingo, por causa de uma fratura no nariz.
Apesar dos problemas, Senna foi pole nas três corridas que disputou naquele ano: (GP do Brasil, Pacífico e San Marino), mas não terminou nenhuma delas.
No Brasil "rodou" na subida dos boxes; no Pacífico foi tocado por seu companheiro de equipe, o finlandês Mika Haikkinen.
O final de semana de Ímola foi trágico. Na sexta-feira Rubens Barrichello, da Jordan, perdeu o controle do carro, que decolou após tocar em uma zebra e sofreu um sério acidente, que o impediu de competir no domingo, por causa de uma fratura no nariz.
Nos treinos de sábado, após o aerofólio traseiro de sua Simtek-Ford desprender-se o austríaco Roland Ratzemberger morreu, em razão do violento choque do seu carro contra a grade de proteção.
No domingo, 1º de maio de 1994, após um acidente na largada com o português Pedro Lamy, da Lotus, o carro de segurança foi acionado. Os carros ficaram enfileirados, aguardando a liberação da pista. Após o reiníciu da prova, Senna era o primeiro, com o alemão Michael Schumacher, da Benetton, em segundo.
Na sétima volta, Senna perdeu o controle da Williams e chocou-se violentamente contra o muro da curva Tamburello. Um leve movimento de cabeça deu a impressão que o piloto estava bem, mas a demora para os paramédicos removerem Senna de seu carro indicava a gravidade do acidente.
Uma imagem, mais próxima, chegou a mostrar uma enorme poça de sangue no local. Uma barra da suspensão de seu carro perfurou o capacete de Ayrton, atingindo a cabeça do piloto, como um lança.
O doutor Sid Watkins, médico oficial da Fórmula 1, tentou uma traqueostomia, pois Senna tinha dificuldades para respirar. As pupilas dele estavam dilatadas, o que segundo o médico demonstrava que seu estado realmente era muito grave.
Um helicóptero pousou ao lado do carro de Senna, que foi removido para o Hospital Maggiore, na cidade de Bologna. Após alguns boletins desanimadores, que indicavam traumas e lesões cerebrais, às 13h40 (horário de Brasília), Ayrton Senna foi declarado morto. O jornalista Cláudio Carsughi foi o primeiro a informar o fato, logo em seguida noticiado pelo repórter da Rede Globo, Roberto Cabrini.
O corpo de Ayrton foi trasladado para o Brasil e velado na Assembléia Lesgislativa de São Paulo. O sepultamento aconteceu no Cemitério do Morumbi, zona sul da capital paulista.
Em abril de 2007, treze anos após sua morte, a Suprema Corte da Itália condenou Patrick Head, diretor-técnico da Williams, considerando-o responsável por crime de homicídio culposo. Head não cumpriu pena alguma, pois o crime prescreveu.
Encerrou-se assim, um dos capítulos mais tristes da história do esporte mundial. Uma carreira brilhante, desde o início e um sonho não realizado, em se tornar o maior campeão mundial de Fórmula 1 de todos os tempos, ultrapassando seu grande ídolo, que acabou se tornando amigo, o argentino Juan Manuel Fangio.
No dia 17 de maio de 2011, o projetista Adrian Newey, um dos responsáveis pelo desenho do carro de Ayrton em 1994, em entrevista ao jornal britânico The Guardian, disse que um furo no pneu do carro do brasileiro deve ter sido a causa do acidente. Para ele, a barra de direção se quebrou após o impacto contra a Curva Tamburello.
Em 21 de abril de 2014, a TV Cultura de São Paulo reapresentou o programa "Roda Viva" gravado com Ayrton Senna em 1986.
No dia seguinte, o UOL publicou uma nota sobre o programa, que segue abaixo, na íntegra:
Em homenagem aos 20 anos da morte de Ayrton Senna, o programa Roda Viva reprisou nesta segunda-feira a participação do piloto na atração, que aconteceu em 1986. No entanto, apesar De o foco ser a entrevista com o ídolo do automobilismo mundial, uma outra figura bem conhecida do público brasileiro se destacou na ocasião: Marcelo Rezende.
Hoje apresentador do Cidade Alerta, da TV Record, Marcelo Rezende trabalhava na revista Placar em 86 e foi um dos convidados do programa. Naquela época, o jornalista já demonstrava humor ácido e fez diversas piadas para descontrair o clima ao longo da entrevista.
A primeira pérola veio logo em sua primeira pergunta. Após a negativa de Senna em falar sobre política no programa, Rezende questionou o piloto sobre a diferença entre ele e Nelson Piquet. Ayrton adotou um tom evasivo, o que imediatamente gerou uma reclamação do jornalista.
“Você já não gostou de falar de política. Outra? Acaba o programa. Eu vou embora”, brincou, arrancando risos dos demais membros da bancada.
Pouco tempo depois, Marcelo voltou a atacar. Antes de responder uma pergunta, Senna respirou profundamente e soltou um suspiro, o que gerou uma nova reação do hoje apresentador.
“Isso aqui é um programa de suspiro? Nunca vi ninguém suspirar tanto. Está apaixonado?”, questionou, novamente divertindo os demais entrevistadores.
Ao longo do programa, Marcelo Rezende ainda descontraiu o ambiente em mais duas oportunidades. A primeira foi ao questionar Senna sobre sexo antes das corridas. A segunda veio a revelar um “exigência” do piloto antes de participar do Roda Viva.
“Nós estávamos conversando antes do programa e me disseram que a Luíza Brunet deveria vir entrevistá-lo. Por que a Luíza Brunet?”, perguntou. A situação deixou o astro um pouco sem jeito. No entanto, Senna respondeu dizendo que era apenas um admirador do trabalho da atriz e modelo.
Além de Marcelo Rezende, o programa também contou com a participação de outros nomes consagrados do jornalismo esportivo, como Galvão Bueno, Reginaldo Leme e Claudio Carsughi.
Mas não foram apenas as piadas de Rezende que ditaram o ritmo da atração. A emoção apareceu quando os monitores mostraram a vitória de Senna no circuito de Detroit, em 86. As imagens mostraram o piloto dirigindo sua Lotus com uma bandeira do Brasil. Foi a primeira vez que o ídolo fez o gesto que virou uma de suas características após cada corrida que vencia.
Hoje apresentador do Cidade Alerta, da TV Record, Marcelo Rezende trabalhava na revista Placar em 86 e foi um dos convidados do programa. Naquela época, o jornalista já demonstrava humor ácido e fez diversas piadas para descontrair o clima ao longo da entrevista.
A primeira pérola veio logo em sua primeira pergunta. Após a negativa de Senna em falar sobre política no programa, Rezende questionou o piloto sobre a diferença entre ele e Nelson Piquet. Ayrton adotou um tom evasivo, o que imediatamente gerou uma reclamação do jornalista.
“Você já não gostou de falar de política. Outra? Acaba o programa. Eu vou embora”, brincou, arrancando risos dos demais membros da bancada.
Pouco tempo depois, Marcelo voltou a atacar. Antes de responder uma pergunta, Senna respirou profundamente e soltou um suspiro, o que gerou uma nova reação do hoje apresentador.
“Isso aqui é um programa de suspiro? Nunca vi ninguém suspirar tanto. Está apaixonado?”, questionou, novamente divertindo os demais entrevistadores.
Ao longo do programa, Marcelo Rezende ainda descontraiu o ambiente em mais duas oportunidades. A primeira foi ao questionar Senna sobre sexo antes das corridas. A segunda veio a revelar um “exigência” do piloto antes de participar do Roda Viva.
“Nós estávamos conversando antes do programa e me disseram que a Luíza Brunet deveria vir entrevistá-lo. Por que a Luíza Brunet?”, perguntou. A situação deixou o astro um pouco sem jeito. No entanto, Senna respondeu dizendo que era apenas um admirador do trabalho da atriz e modelo.
Além de Marcelo Rezende, o programa também contou com a participação de outros nomes consagrados do jornalismo esportivo, como Galvão Bueno, Reginaldo Leme e Claudio Carsughi.
Mas não foram apenas as piadas de Rezende que ditaram o ritmo da atração. A emoção apareceu quando os monitores mostraram a vitória de Senna no circuito de Detroit, em 86. As imagens mostraram o piloto dirigindo sua Lotus com uma bandeira do Brasil. Foi a primeira vez que o ídolo fez o gesto que virou uma de suas características após cada corrida que vencia.
Abaixo, na íntegra, o GP de Portugal de 1985, no circuito de Estoril, que marcou a primeira vitória de Ayrton Senna na Fórmula 1, com Lotus-Renault.
ABAIXO, CRÔNICA ESCRITA PELO JORNALISTA FLAVIO GOMES, PUBLICADA EM SEU BLOG, EM 25 DE AGOSTO DE 2015, UM TEXTO QUE SE COADUNA PERFEITAMENTE A TODOS OS PILOTOS QUE MORRERAM EM DECORRÊNCIA DE ACIDENTES NAS PISTAS
CARTA À MORTE
Dona Morte,
Não te regozijes. No fundo, és uma incompetente, fracassada. Espreita-nos há mais de um século, vestindo este costume ridículo e carregando uma foice burlesca.
A cada volta, tens ganas de nos levar contigo e crês que lograrás sucesso. Esconde-te após as curvas, coloca-te diante de nós nas retas, não nos importamos; passamos por ti como se não existisses, rimos na tua cara, rimos da tua cara. O tempo todo.
Dona Morte, és uma figura parva, tola, quase nula, despida de mínima aptidão para nos tocar.
Às vezes consegues, admitimos. Mas conta: quantos somos? Quantos fomos? Milhares, dezenas de milhares, centenas de milhares, milhões, talvez.
E quantos de nós levaste graças à tua perfídia, à tua existência vulgar e desprezível? Poucos, Dona Morte. Pouquíssimos.
Por isso, não te regozijes por ter arrastado mais um de nós. Saberemos, como sempre fizemos, gargalhar de tua efígie chula na próxima curva, na próxima reta, mesmo sabendo que estarás por perto, e por ti passaremos velozes e indiferentes à tua ceifadeira inútil e picaresca. Desafiamos-te a todo instante, ignorando tua infeliz presença, ainda que penses que inspiras em nós algum temor.
Não nos inquietamos diante de tua inglória missão, antes desprezamo-la, e isso se nota quando, à tua expectativa, aceleramos mais e mais, de modo que, quando nos aproximamos de tua estampa lúgubre, tão rápido estamos que não tens a destreza necessária para interromper-nos, e ficas a brandir teu instrumento no vazio, como se fosses um fantoche apalermado, enquanto seguimos zombando de ti.
Para cada um de nós que, apesar de tua imperícia, carregas ao acaso, uma centena nascerá para troçar de tua inépcia.
Não temos medo de ti. E se morremos, é porque assim decidimos viver.
Subscrevemo-nos,
Todos os Pilotos de Todos os Tempos Passados e Futuros
Não te regozijes. No fundo, és uma incompetente, fracassada. Espreita-nos há mais de um século, vestindo este costume ridículo e carregando uma foice burlesca.
A cada volta, tens ganas de nos levar contigo e crês que lograrás sucesso. Esconde-te após as curvas, coloca-te diante de nós nas retas, não nos importamos; passamos por ti como se não existisses, rimos na tua cara, rimos da tua cara. O tempo todo.
Dona Morte, és uma figura parva, tola, quase nula, despida de mínima aptidão para nos tocar.
Às vezes consegues, admitimos. Mas conta: quantos somos? Quantos fomos? Milhares, dezenas de milhares, centenas de milhares, milhões, talvez.
E quantos de nós levaste graças à tua perfídia, à tua existência vulgar e desprezível? Poucos, Dona Morte. Pouquíssimos.
Por isso, não te regozijes por ter arrastado mais um de nós. Saberemos, como sempre fizemos, gargalhar de tua efígie chula na próxima curva, na próxima reta, mesmo sabendo que estarás por perto, e por ti passaremos velozes e indiferentes à tua ceifadeira inútil e picaresca. Desafiamos-te a todo instante, ignorando tua infeliz presença, ainda que penses que inspiras em nós algum temor.
Não nos inquietamos diante de tua inglória missão, antes desprezamo-la, e isso se nota quando, à tua expectativa, aceleramos mais e mais, de modo que, quando nos aproximamos de tua estampa lúgubre, tão rápido estamos que não tens a destreza necessária para interromper-nos, e ficas a brandir teu instrumento no vazio, como se fosses um fantoche apalermado, enquanto seguimos zombando de ti.
Para cada um de nós que, apesar de tua imperícia, carregas ao acaso, uma centena nascerá para troçar de tua inépcia.
Não temos medo de ti. E se morremos, é porque assim decidimos viver.
Subscrevemo-nos,
Todos os Pilotos de Todos os Tempos Passados e Futuros
ABAIXO, VÍDEO COM UMA MENSAGEM DE DONA NEYDE, MÃE DE AYRTON SENNA, DESCREVENDO SEU FILHO, PUBLICADA NO SITE OFICIAL DE AYRTON SENNA
ABAIXO, JORNALISTAS JAPONESES, EMOCIONADOS EM IMOLA, LOGO DEPOIS DO ANÚNCIO DA MORTE DE AYRTON SENNA, EM 1º DE MAIO DE 1994
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