Máquinas Eternas #01: Mercedes W196 conquistou os primeiros títulos da equipe na Fórmula 1 Com uma versão com as rodas cobertas e outra com as rodas aparentes, carro demoliu concorrência nas temporadas de 1954 e 1955, tendo levado Juan Manuel Fangio a dois títulos. É semana de GP da Alemanha, e nada mais justo que o carro da seção "Máquinas Eternas" de hoje seja um puro sangue germânico: entre as temporadas de 1954 e 1955, a Mercedes W196 dominou amplamente a Fórmula 1 e levou Juan Manuel Fangio a dois títulos - na época, ainda não existia o Mundial de Construtores, que seria criado apenas em 1958. Desenhado por Rudolf Uhlenhaut, o W196 tinha duas versões: uma com carenagem cobrindo as rodas, como se fosse um protótipo, e outra com as rodas aparentes, mais parecido com os carros de Fórmula 1. No motor, que tinha aproximadamente 300 cavalos, a inovação era a utilização de injeção direta com válvulas sem molas, numa adaptação do sistema usado no caça Messerschmitt Bf 109E durante a Segunda Guerra Mundial. Mas foi por causa do desenvolvimento da carenagem que a equipe alemã só estreou na F1 na quarta de oito corridas de 1954. Contando com o argentino Juan Manuel Fangio e os alemães Karl Kling e Hans Herrmann, a Mercedes "chegou chegando" como se diz. No veloz circuito de Reims, Fangio já fez a pole com um segundo de vantagem para Kling, enquanto Herrmann saiu em nono. Fangio e Kling dispararam na frente, enquanto Ferraris e Maseratis ficavam pelo caminho ou simplesmente não conseguiam acompanhar as Mercedes. Em sua prova de recuperação, Hermann fez a volta mais rápida mas quebrou. Na última volta, o chefão Alfred Neubauer ordenou que Fangio ficasse à frente de Kling, e os dois cruzaram a linha de chegada em formação, com apenas 0s1 os separando. Foi apenas uma amostra do poderio da Mercedes. A versão do W196 com as rodas cobertas foi usada na prova seguinte, na Inglaterra, mas Fangio a danificou algumas vezes atingindo cones, e, por isso, a carenagem só foi usada em mais duas vezes, ambas na velocíssima pista de Monza, em 1954 e 1955. Daí surgiu o apelido "Monza Type" para essa versão do W196. Nas demais corridas de 1954 e 1955, o W196 correu com as rodas descobertas, mas, com ou sem carenage, o saldo foi espetacular. Somando-se as duas temporadas, o modelo conquistou nove vitórias em 12 corridas, além de 17 pódios em 36 possibilidades, oito poles e nove voltas mais rápidas. Em 1955, a equipe agregou ao seu time de pilotos ninguém mais ninguém menos do que Stirling Moss. Das sete provas da temporada, a Mercedes só não ganhou duas, em Mônaco, onde seus pilotos foram bem nos treinos mas tiveram falhas mecânicas na corrida, e em Indianápolis, onde nenhum construtor europeu corria. Sobre o quesito confiabilidade, a quebra dupla em Monte Carlo foi o único ponto realmente baixo nesse quesito. Em tempos nos quais os carros ainda quebravam muito, a Mercedes W196 era extremamente confiável para os padrões da época. Por outro lado, por incrível que pareça, o carro não era tão fácil de se dirigir apesar de ser muito veloz. Tanto Fangio quanto Moss reclamavam que havia uma tendência de o carro sair de traseira, principalmente nas curvas de alta velocidade. - Estou surpreso que a Mercedes não fosse um pouco mais fácil de pilotar, porque não era. Não era tão bom pilotar como uma Maserati 250F, mas você tinha quase certeza de terminar a corrida. Então a Mercedes foi incrível nesse sentido - disse Moss muitos anos depois. A primeira jornada da Mercedes como construtor na Fórmula 1 terminou naquele mesmo 1955. Não por falta de dinheiro ou de resultados, mas como consequência da tragédia envolvendo o piloto francês Pierre Levegh nas 24 Horas de Le Mans daquele ano. No acidente, morreram 83 espectadores, além do próprio piloto. A Mercedes só voltaria a se envolver na F1 nos anos 1990 como fornecedora de motores de Sauber e McLaren. Em 2010, a montadora alemã comprou a Brawn GP e voltou a ter equipe própria, tendo vencido os campeonatos de pilotos e construtores de 2014, 2014, 2016, 2017 e 2018.
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Máquinas Eternas #01: Mercedes W196 conquistou os primeiros títulos da equipe na Fórmula 1
Máquinas Eternas #01: Mercedes W196 conquistou os primeiros títulos da equipe na Fórmula 1
Máquinas Eternas #01: Mercedes W196 conquistou os primeiros títulos da equipe na Fórmula 1 Com uma versão com as rodas cobertas e outra com as rodas aparentes, carro demoliu concorrência nas temporadas de 1954 e 1955, tendo levado Juan Manuel Fangio a dois títulos. É semana de GP da Alemanha, e nada mais justo que o carro da seção "Máquinas Eternas" de hoje seja um puro sangue germânico: entre as temporadas de 1954 e 1955, a Mercedes W196 dominou amplamente a Fórmula 1 e levou Juan Manuel Fangio a dois títulos - na época, ainda não existia o Mundial de Construtores, que seria criado apenas em 1958. Desenhado por Rudolf Uhlenhaut, o W196 tinha duas versões: uma com carenagem cobrindo as rodas, como se fosse um protótipo, e outra com as rodas aparentes, mais parecido com os carros de Fórmula 1. No motor, que tinha aproximadamente 300 cavalos, a inovação era a utilização de injeção direta com válvulas sem molas, numa adaptação do sistema usado no caça Messerschmitt Bf 109E durante a Segunda Guerra Mundial. Mas foi por causa do desenvolvimento da carenagem que a equipe alemã só estreou na F1 na quarta de oito corridas de 1954. Contando com o argentino Juan Manuel Fangio e os alemães Karl Kling e Hans Herrmann, a Mercedes "chegou chegando" como se diz. No veloz circuito de Reims, Fangio já fez a pole com um segundo de vantagem para Kling, enquanto Herrmann saiu em nono. Fangio e Kling dispararam na frente, enquanto Ferraris e Maseratis ficavam pelo caminho ou simplesmente não conseguiam acompanhar as Mercedes. Em sua prova de recuperação, Hermann fez a volta mais rápida mas quebrou. Na última volta, o chefão Alfred Neubauer ordenou que Fangio ficasse à frente de Kling, e os dois cruzaram a linha de chegada em formação, com apenas 0s1 os separando. Foi apenas uma amostra do poderio da Mercedes. A versão do W196 com as rodas cobertas foi usada na prova seguinte, na Inglaterra, mas Fangio a danificou algumas vezes atingindo cones, e, por isso, a carenagem só foi usada em mais duas vezes, ambas na velocíssima pista de Monza, em 1954 e 1955. Daí surgiu o apelido "Monza Type" para essa versão do W196. Nas demais corridas de 1954 e 1955, o W196 correu com as rodas descobertas, mas, com ou sem carenage, o saldo foi espetacular. Somando-se as duas temporadas, o modelo conquistou nove vitórias em 12 corridas, além de 17 pódios em 36 possibilidades, oito poles e nove voltas mais rápidas. Em 1955, a equipe agregou ao seu time de pilotos ninguém mais ninguém menos do que Stirling Moss. Das sete provas da temporada, a Mercedes só não ganhou duas, em Mônaco, onde seus pilotos foram bem nos treinos mas tiveram falhas mecânicas na corrida, e em Indianápolis, onde nenhum construtor europeu corria. Sobre o quesito confiabilidade, a quebra dupla em Monte Carlo foi o único ponto realmente baixo nesse quesito. Em tempos nos quais os carros ainda quebravam muito, a Mercedes W196 era extremamente confiável para os padrões da época. Por outro lado, por incrível que pareça, o carro não era tão fácil de se dirigir apesar de ser muito veloz. Tanto Fangio quanto Moss reclamavam que havia uma tendência de o carro sair de traseira, principalmente nas curvas de alta velocidade. - Estou surpreso que a Mercedes não fosse um pouco mais fácil de pilotar, porque não era. Não era tão bom pilotar como uma Maserati 250F, mas você tinha quase certeza de terminar a corrida. Então a Mercedes foi incrível nesse sentido - disse Moss muitos anos depois. A primeira jornada da Mercedes como construtor na Fórmula 1 terminou naquele mesmo 1955. Não por falta de dinheiro ou de resultados, mas como consequência da tragédia envolvendo o piloto francês Pierre Levegh nas 24 Horas de Le Mans daquele ano. No acidente, morreram 83 espectadores, além do próprio piloto. A Mercedes só voltaria a se envolver na F1 nos anos 1990 como fornecedora de motores de Sauber e McLaren. Em 2010, a montadora alemã comprou a Brawn GP e voltou a ter equipe própria, tendo vencido os campeonatos de pilotos e construtores de 2014, 2014, 2016, 2017 e 2018.
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Ola Vistorill
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